quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quanto vale uma simples  sandálias para você?
Andando pelas ruas do centro de Anápolis, uma coisa logo se percebe.
 A facilidade  na hora de escolher um calçado,como em todas as cidades dos Pais.
As lojas estão a amarrotadas de ofertas e desfiles de calçados, de todos os tipos, cores e gostos.
Existe até as lojas exclusivas  onde se encontram as famosas, havaianas legítimas, saindo daquele modelo básico de uma só cor bem masculina até as com onças, araras ,a selva estampadas em seus solados .
Fui pesquisar sobre este fenomenal calçado, descobri que foi feita a primeira em 1962, Inspirada em uma sandália japonesa, quem a  usava eram os agricultores japoneses.
 Típica sandália de dedo feita de palha de arroz e usada pelos agricultores japoneses, a real fonte de criação das sandálias HAVAIANAS.
Lançada  no  14 de junho de 1962 pela empresa Alpargatas São Paulo, inspiração de uma sandália japonesa, que era feita de tiras de pano e sola de palha de arroz.
Seu nome foi inspirado no Havaí, o paraíso do sol e do mar, esse nome era considerado ideal, já que a sandália era adequada para o uso em países de clima quente, pois deixava os pés descobertos, evitando o excesso de transpiração.
Desde então, quem não se lembra da importância desta sandália ela passou a fazer parte da vida dos brasileiros.
  Veio para ficar  conquistou o gosto de ricos e pobres ,por ser versátil e pratica ,quem não se lembra do slogan ‘as legítimas’ ,não deforma, não soltam as tiras , sem cheiro, invadiu as praias do pais inteiro.Agitou muito as décadas de 70 e 80 , conquistou o campo, vilarejos cidadezinhas, passou a ser uma mania nacional, as celebridades nacionais passaram a usar e divulgar esta marca brasileira.Hoje é muito chique andar nas grandes cidades de havaianas nos pés, caiu o preconceito sobre ser um artigo de pobre.
Em 2000 ela se tornou mania internacional. Hoje para os apaixonados por ela existem lojas inteiras, onde você pode dispor de vários modelos.
As pesquisas dizem  que:
- A cada três brasileiros, dois em média consomem um par de HAVAIANAS por ano.
- ocupa a posição de número 37 no ranking das marcas mais valiosas do Brasil.
- Faturamento: R$ 1 bilhão (estimado)
Andando pelas ruas de Anápolis, um  fato tomou conta da minha mente, séria possível medir a kl metragem de uma havaianas?
Parece loucura neh!!  Mas eu explico.
Na cidade pode até ser que agente posse um ano inteiro com a mesma havaiana, se bem que é difícil de acreditar nesta afirmação, porque as facilidades de adquiri-las ,são tão fáceis que não nos contentamos com só uma por ano.
Mas eu conheço um pessoal que entra neste cálculo sim, moramos em uma área de difícil acesso.
Onde qualquer coisa é difícil de chegar, por isso tudo que se tem é precioso e de muito valor, e as famosas sandálias tem um tratamento diferenciado, eles sim possuem um só par.
E cuidam bem deste um, pois se arrebentar eles estão em apuros, pois andam muito pelas matas tropicais. Onde inesperadamente muitos perigos podem ocorre, desdê um simples atraso na viagem, até um profundo ferimento nos pés desprotegidos. Tipo, espinhos, tocos no caminho, bolhas, cobras, aranhas escorpiões.
Para este pessoal, não existe botas, pois seus pés são deformados por causa do constante andar de pés no chão.
Não sei como foi que as sandálias veio a fazer parte de sues objetos  de extrema necessidade entre eles, mas agora virou uma mania, uma febre ,uma necessidade básica, assim como o fogo serve para aquece-los, as sandálias servem para proteger seus pés ,pois são andarilhos, nômades a maior parte do ano.
Mas muitas vezes por não ter outro par para substituir os surrados calçados, eles imprevisão, dão um jeitinho bem brasileiro e nada original, concertam as sandálias com arames.
Outros por não ter habilidade de andar com elas amarram tiras de pano no calcanhar até dominar o andar.
Muitos já usaram tanto que não existe sola mais os  calcanhares ficam expostos ao chão, mas mesmo assim são usadas.
Que bom seria se este pessoal tivesse a mesma facilidade que nós temos de poder compra-las aos montes.
Diante do luxo dos grandes centros urbanos, fiquei muito comovida com a urgente necessidade daquele povo carente feliz por ter apenas um par nos pés maltratados.
Porque as estampas em detalhes da selva já faz parte do dia deles.
Creio que este povo merece ganhar toda uma coleção, pois, os criadores da sandália  estão divulgando o habitat natural, a fonte de inspiração são as estampas das selvas brasileiras, assim o mundo inteiro conhece o Brasil.
De certa forma o mundo todo conhece o lugar de origem deste povo, tem conhecimento tanto da fauna, como da flora, mas desconhece os habitantes que vivem perambulando por eles descalços ainda.

Meus vinte dois dias no túnel do tempo



Uma das mais fortes características da raça humana com certeza é a capacidade de se omitir diante de uma situação incomoda.
Nós, seres humanos, gostamos de nos camuflar, dar aquela a aparência de tranquilidade, de que tudo está perfeito assim como vivemos por anos. Detestamos qualquer tipo de mudança por menor que ela seja. Euzinha Barbosinha, não escapo à regra.
Por anos, fiquei na minha, depois que fomos retirados da tribo onde trabalhávamos.
Estávamos em férias, nossa mudança estava na aldeia, não tivemos nenhuma oportunidade ou consideração. Nossos pertences ficaram lá para serem queimados por uma antropóloga ateu que decidiu o destino de nossas vidas.
O pouco que foi retirado ainda foi roubado por desleixo daquele que, na época, era o encarregado de cuidar das nossas coisas. Tínhamos um casal na cidade que foi levado lá para fazer tudo o que a equipe no mato precisasse, mas infelizmente ele não era eficiente, não era um bom mordomo das nossas coisas. Ele deveria zelar por nossos bens, documentos, mudanças, compras, mas ele não estava 100% envolvido conosco.
Ele, que deveria ser nossos braços e pernas, e até nossa consciência, não se dedicou de corpo e alma na peleja que foi chamado para executar.

Minha grande decepção foi esta, de ver que nem a própria equipe se dava bem, havia pouco entrosamento entre os membros, Todos pisavam em ovos ali, infelizmente...
Esquecemo-nos de como é necessário sermos humildes!
Minhas coisas eram objetos materiais sim, e poderia não ter valor para eles, mas para mim tinha muito. Tudo foi conseguido com amor e carinho, por meus pais.
Tive um enxoval de rainha, tudo do bom e do melhor. Tinha vários lençóis de cetim, lindas camisolas longas, colchas de renda, toalhas de mesa da Ilha da Madeira e um acervo de fotos dos meus bebês.
Não era uma sem-teto. Tinha referências. Tinha um glorioso passado em família, uma linda vida de casada sorria para mim. Estava feliz, realizada. Fiz uma escolha e jamais me arrependi.
E assim do nada, por pura incompetência por parte de alguns, tinha perdido tudo que fazia parte do meu reino doméstico. Sim, sou mesmo uma eterna rainha do meu lar.
A mágoa começou a tomar um lugar especial no meu coração, com o tempo outras situações foram acontecendo e se acumulando, mesmo sem serem percebidas.
Para resumir a história, 20 anos depois, voltamos ao ponto de partida. Meu esposo que é um guerreiro, despojado de bens, na realidade um Tarzan das Selvas! (Hehehe).
Passou por cima de todos os obstáculos, falatórios ou lógica e foi em frente na  sua jornada .Queria um lugar longe de proibições,lugar que fosse livre para  o povo do qual fomos expulsos de conviver, pudesse um dia chegar.Onde eles pudessem ir e vir e viver a sua cultura na integra,o povo é nômade,vão para os rios pescar ,ficam na mata caçando,moquiam a caça e vão explorar outros lugares,no tempo a seca andam muito,a terra e os rios   são sua fonte de alimento, são alto sustentáveis.sustentáveis. Só a doença os detêm.
Hoje este fato é real, visível e chocante.Pois não importa quanto tempo passe a vida deles seguem a mesma ordem de antes,sobreviver com os recursos da natureza mãe!.
Fui intimada por meu esposo a ir até eles, passar 22 dias para ver se eu ainda dava conta de encarar uma vida neste estilo ‘Tarzan’.
Eu não acreditava mais naquele sonho. Tinha envelhecido, era outra pessoa agora, gostava de certo conforto, estava ficando egoísta e tinha uma ótima memória, ela não me deixava esquecer nem relaxar, quanto ao futuro.A vida por ali era dura,o seu  velho "Eu",queria mandar,exigir,e confrontar.
Não havia nada de romântico e desafiador agora depois de tantos anos.Nem muito colorido.
Não era mais uma garota de 24 anos que não tinha muitas expectativas quanto ao futuro, naquela época me satisfazia com um amor e uma cabana.
Enfim, já estava na sede do ‘Rancho do Ruy’ fazia uns dias, ali tem apenas um barraco que meu esposo diz que vai virar minha casa, ainda tem só dois cômodos de madeira. Um quarto (que serve de depósito, banheiro etc...) e uma cozinha que agora está com cara de cozinha mesmo, tem pia, um fogão a lenha, uma mesa e várias prateleiras para colocar os bagulhos de cozinha.
Ainda não está nada pronto, mas isso não é importante para meu esposo, isto são apenas detalhes estéticos, para ele tudo está perfeito. Bem se vê que é uma visão puramente masculina, é claro.
Para mim que sou a outra parte que vai morar ali por muito tempo está faltando sim muitas coisas, mas que vão ser arranjadas na sua hora e tempo apropriado, pois vou morar ali e preciso de algo real e prático, não vivo mais de fantasias românticas.
Um dia sentindo muito calor resolvi sair da toca e passear pelo terreno, foi neste exato momento que fui sugada pelo túnel do tempo. O cenário não podia ser mais perfeito para tal acontecimento. Vi-me dentro de um quadro antigo de Cândido Portinari.
A vida acontecia, à cores e ao vivo igual a suas famosas telas onde retratava o cotidiano dos povos tribais. O que via poderia ser sim um real cenário daquela época do desbravamento, dos padres jesuítas no Brasil.
Ao me aproximar da rude tapera que ali estava erguida vi nos esteios que mantinham o casebre de pé. Esteios em forma de cruz erguidos no espaço vazio. Era uma casa muito rude feita de taipa com meias paredes de barro, hoje moram ali três castanheiros,  personagens esquecidos no tempo.
A esquerda da casinha de taipa encontrava uma bananeira anã. Debaixo dela algumas índias nuas sentadas sobre as pernas limpavam os peixes enormes que acabaram de chegar. Alguns homens estavam pescando no rio Cuminapari  e tinham acabado de chegar.
Elas tinham uma fogueira  feita com apenas três toras, passavam o trairão sobre as chamas do fogo e depois tiravam com uma faca as escamas, lá embaixo do barranco corria um rio com suas margens bem tortuosas.
Jogados no meio do caminho estavam vários macacos mortos, esperando para serem  tratados. Fui despertada para um fato, vinte anos já haviam sidos passados, eles ainda permaneciam iguais aos seus ancestrais, sem nenhuma mudança aparente, suas atitudes eram primitivos em todos os aspectos visíveis, não era possível perceber nenhum avanço.
Viviam ainda sua cultura primitiva arcaica, sem progresso algum. O universo deles  gira entorno basicamente da alimentação. Um pensamento invadiu o meu cérebro.
Quanto vale uma alma?!?
Nada foi a resposta que ouvi de mim mesma. Para mim não valia nem um tostão furado, não queria mais viver ali. Não havia identificação com eles, nem compaixão, só miséria e dor.
Mas uma voz muito forte e nítida falava dentro  de mim. “Engano seu. Para meu Filho eles ainda têm muito valor, são preciosos.” Jesus Cristo pagou um alto preço para resgatá-los também. Nada pode anular ou diminuir o que Jesus Cristo realizou naquela Cruz. Na hora veio um verso bem conhecido na minha mente. “Eu sou o caminho, a verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai se não por mim.” (João. 14.6)
Não importa como me sinto em relação ao passado, a realidade é uma só: o povo em questão precisa saber sobre as Boas novas! E se eu, que já estou com a mão no arado, olhar para trás ou desistir, quem irá levar este presente até eles?
Sei que não sou uma Expert na língua. Já estou virando o cabo da boa esperança.
Mas tenho sim fagulhas que podem acender uma nova chama! Tenho um desafio missionário. Identifico-me com o povo no amor que tenho por eles. Tenho plena consciência que sou apenas um instrumento nas mãos do Mestre, não importo de ser apenas um preguinho torto, mas que ainda pode ajudar na construção.
Estou lá simplesmente, porque mais uma vez fui tocado por nosso Deus e Pai.



                   

sábado, 15 de outubro de 2011

A filósofa

Gostaria de ir sem mais demora no motivo de euzinha estar aqui dando uma de Filósofa.
Eu bem que tento, confesso que nas minhas veias não correm sangue de poetiza, nem de uma compositora famosa. Meu escritor favorito é Erico Veríssimo. Identifico-me com a linha de raciocínio dele. Na escrita dou pequenas arranhadas minha ferramenta mestre é uma coisinha chamada emoção. Pareço mais com uma briga de gatas que lutam por um bom pedaço de carne!... Falo de gatas, por experiência, pois temos três aqui em casa. Outro dia falo a respeito delas. Vocês já ouviram falar da síndrome do ninho vazio? Pois é nesta fase a gente adota cães ou gatos para ter outros tipos de dor de cabeça. Eu declaro... Que agora o que vai invadir e encher as próximas páginas são os manuscritos. Lembranças de uma mulher. Sentimentos arquivados, de experiências vividas em outra época da minha vida. Recordações antigas e novas diante da mesma realidade, e a experiência pura e crua vivida nestes 22 dias! Minha memória é forte, minha inspiração, quando tenho dá para o gasto...

Regendo um sonho!

Minha história pode sim ser uma linda canção, onde o maestro da orquestra criou um arranjo que ornasse com a letra inacabada.

Afirmo que ainda o Grande maestro está aprimorando e regendo este sonho.Desde que casamos tudo parecia um sonho lindo e colorido. Nossa história; eu comparo a uma linda música: uma sinfonia inacabada, onde só a morte dará um fim.
Uma canção exclusiva, cheia de significados, estes todos verdadeiros, tão puros, finíssimos como fios de ouro tecendo a trama da nossa história. Onde os sentimentos fortes fazem contrates e sobrepõem os menos nobres.

O Exemplo

O grande século missionário existiu, porque houve pessoas que entenderam que era necessário ir até aos perdidos.

Hoje acham mais fácil trazer o perdido para a igreja.

- Pessoas se dispuseram a deixar tudo para trás.

- E colocar o pé na estrada,renunciaram ao conforto e modernismo.

- E obedecerão o Senhor e partiram para alcançar os não alcançados. Aqueles que estão longe e distante de qualquer oportunidade.